A inspiração bíblica da Semana Nacional da Família: “serviremos ao Senhor”

“Eu e minha casa serviremos ao Senhor”. Este foi o tema escolhido pela Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para animar a Semana Nacional da Família 2020. O texto é do capítulo 24 do livro de Josué, no versículo 15. A reflexão proposta revela a necessidade de que as famílias façam escolhas convictas e que a Igreja ajude no processo de conhecimento a partir da luz do Evangelho.

A iluminação bíblica tem todo um contexto que precisa ser entendido para perceber também como Josué chega no final do versículo falando que ele e a sua casa servirão ao Senhor, explica o assessor da Comissão para a Vida e a Família da CNBB, padre Crispim Guimarães.

Padre Crispim Guimarães | Foto: CNPF/Luiz Lopes Jr

“Primeiro, é um texto do Antigo Testamento que devemos observar que começa fazendo uma referência ao povo que tem dificuldade de escolher o Deus verdadeiro porque sente saudade do tempo em que estava no Egito, fora da terra prometida, ou misturados com outras pessoas que vieram para a terra prometida e tinham outros deuses”, contextualiza.

A inspiração bíblica da Semana Nacional da Família: “serviremos ao Senhor”

O versículo começa com Josué dizendo: “Contudo, se vos desagrada servir ao Senhor, escolhei hoje a quem quereis servir”. Josué percebe que há uma confusão no meio do povo, querendo servir a outros deuses, observa padre Crispim: “Diante disso, ele afirma que ele, pessoalmente, portanto “Eu e minha casa”, a sua família, faz a opção de servir ao Senhor. Isto é muito interessante num tempo para nós hoje em que também muitos deuses se apresentam, sobretudo os deuses dinheiro, poder e tantas outras coisas que se apresentam como deuses em que coloca o povo diante de muitas confusões”.

Escolhas convictas

O assessor da Comissão para a Vida e a Família da CNBB ressalta que é “essencial que as famílias hoje façam essas escolhas convictas” e que “a Igreja ajude nesse processo de conhecimento, nesse processo de descoberta”. “É por isso que a Igreja acompanha essas pessoas, dá aquilo que tem, isto é, a luz do Evangelho, para que essas pessoas possam fazer escolhas coerentes”, diz.

A Igreja é família, também a denominamos Mãe e Mestra, por isso, oferece os conteúdos da fé por meio da sua Doutrina, colaborando para que cada ser humano possa – no processo de discernimento – fazer escolhas maduras. A Palavra de Deus nos apresenta um modo concreto de vida, seja na relação de cada pessoa consigo mesma, nas relações interpessoais, assim como, nas relações com a natureza. “Eu e minha casa serviremos ao Senhor”, por exemplo, apresenta concretamente uma família que diante da percepção da existência, segundo o Deus da vida e de outros deuses, muitos deles comprometidos com a morte e a dominação, faz a opção coerente por agir servindo a Deus, e obviamente, servido aos irmãos. Hoje, à luz do Evangelho, as famílias são chamadas novamente a optar por servir a Deus, através do serviço aos irmãos”, reflete padre Crispim.

Escolha renovada nos Evangelhos

Também no Novo Testamento, a Palavra de Deus também apresenta a exigência de escolhas por parte do povo de Deus. Jesus exorta em Mateus 6,: ‘Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro!’.

São textos que nos ajudam a perceber que a gente, como pessoa, individualmente falando, e como família, comunidade (comunidade primeira da casa, depois a própria comunidade mais extensa, a Igreja que também é família) nós precisamos fazer essa escolha diante dos deuses pagãos e diante do Deus da Vida, que é aquele que não se serve das pessoas, mas que está sempre à disposição para servir os seus filhos, que somos todos nós”, aprofunda padre Crispim.

Segundo o assessor, o aprendizado com esta reflexão é que o serviço “é uma forma bonita de a gente viver a nossa vocação, o nosso estar a serviço de Deus significa também estar a serviço da comunidade, dos irmãos e irmãs”.

Por CNBB

Autor: Pastoral Familiar

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