Semana Nacional da Família 2015: “E a vida continua…”

Foi difícil? Foi, mas sempre me senti amparada por Deus e na certeza que eu estava contando com a intercessão dele junto à DeusEntre os dias 9 e 15 de agosto a Igreja no Brasil realiza a Semana Nacional da Família e para marcar este momento, o Portal da Arquidiocese preparou um especial que irá abordar a vocação de cada membro da família com o objetivo de valorizar o ambiente familiar e o ser humano, além de incentivar à família a ser uma educadora dos valores da Igreja. Nesta quarta-feira, 12 de agosto, vamos conhecer a história de Maria da Glória Bonecker Rodrigues Cardoso, que mesmo com a perda de seu esposo soube prosseguir e continuar cumprindo com louvor a vocação que Deus lhe confiou: ser mulher, esposa e mãe de família.

E a vida continua…

Em 8 de dezembro de 1961 (dia de Nossa Senhora da Conceição) começava um sonho do qual eu não gostaria de acordar, mas a vida nos reserva tantas surpresas… E depois de vinte três anos, seis meses e dois dias, um infarto fulminante acabou com a vida do meu amado marido Ary Celio (ele todo feliz dizia que o padre que o batizou falou que o nome dele significava “enviado do céu”).

Sentia uma “alegria triste” ou “uma tristeza alegre”, porque tinha certeza de que Ary já estava nos braços do Pai. Seu crescimento espiritual era visível em suas atitudes e em seus compromissos: ajudava na liturgia, levava comunhão aos doentes… Havia feito o primeiro curso de MESC da Arquidiocese e, pela letra inicial de seu nome, recebeu certificado das mãos do saudoso cardeal Dom Eugenio de Araujo Salles.

No momento da partida do meu marido, vi-me como pai, mãe, administradora de obras… (nós estávamos reformando a casa, em que morávamos e que moro até hoje)… Senti-me sem chão, pois o amor dele me fazia forte… Fui tocando a vida, pois tínhamos três filhos (e mais um que também já estava na eternidade), tendo a caçula feito 15 anos, vinte dias antes dele falecer.

Aos poucos tive a certeza que o amor que ele me oferecia vinha do AMOR MAIOR, e consegui prosseguir com minha vida de viúva, matriarca da família, que junto a Deus formamos. Foi difícil? Foi, mas sempre me senti amparada por Deus e na certeza que eu estava contando com a intercessão dele junto à Deus.

No primeiro ano do início das obras, meus filhos me presentearam com um caderno em que eles fizeram o ”Diário da Obra” e no dia 10 de junho eles escreveram que o pai construira a nossa casa e que ele agora estava na morada do Pai. Obrigada, SENHOR!

Seguiram-se as alegrias: casamento dos filhos, genros e nora aumentando a família, o nascimento dos netos, que hoje são minha alegria e os quatro são a continuidade a tudo que construímos.

Muitas dores (físicas e emocionais), mas também muitas alegrias: três filhos que muito amo e quatro netos que renovam a vida com as adolescências bem vividas, num mundo muitas vezes ingrato, mas é com muita alegria que vejo filhos e netos, participando da mãe Igreja, que me sustentou e me sustenta e ensina e muito. Mãe carinhosa, que acolhe, que embala, mas que com firmeza, aponta o caminho.

Com muita satisfação participei junto à outras 4 viúvas (de um encontro de viúvos) para que pudéssemos implantá-lo em nossa paróquia e já estamos partindo para o terceiro encontro. Ajudo também no trabalho junto aos responsáveis dos catequizandos, e agradeço a Deus por ter sido chamada onde muito aprendi e amo meus “Amigos em Cristo”

Aguardo o dia que reencontrarei meu marido, meu filho, minha mãe e todos os meus amados que já estão nos braços do Pai, mas a minha alegria de viver é tão grande, que espero que o Pai me proporcione ainda muito tempo para que eu possa conviver com todos aqueles que amo e que me ajudaram e que me ajudam a construir minha história.

Foto: Divulgação

Por: Da redação, Maria da Glória Bonecker Rodrigues Cardoso

Fonte: http://arqrio.org

Autor: PastoralFamiliar

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